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Educação Ambiental

I Caiacada Ecológica – RA Canoagem

I Caiacada Ecológica - RA Canoagem

Nos diversos passeios e expedições que a RA Canoagem tem realizado nos últimos oito anos, a questão do lixo sempre gerou um forte incômodo em nossa equipe. Durante nossas remadas, por diversas vezes, recolhemos uma latinha aqui, uma garrafinha ali, um plástico acolá, tentando de alguma maneira colaborar com a manutenção de um ambiente limpo e saudável.

De tanto repetir esse hábito, resolvemos dedicar um dia inteiro à essa atividade. Um dia no qual o foco principal não seria curtir a natureza, mas colaborar com um futuro no qual todos possamos usufruir de um espaço mais limpo. Nesse dia de coletas, pudemos ter uma noção da quantidade de lixo e detritos que as pessoas, inconsequentemente, deixam às margens dos nossos reservatórios.

Decidimos então que, em 2013, o primeiro encontro do grupo se transformaria na “I Caiacada Ecológica RA Canoagem”. Escolhemos o dia 12 de janeiro para a realização do evento. Durante a semana, precisamente na terça-feira (8), Alexandre e Almir deram uma passada no local para verificar suas condições, qual seria a trajetória percorrida e onde seria deixado o lixo coletado.

Foi escolhido um ponto próximo ao trevo de Taiaçupeba. Há uma estrada de asfalto que adentra a água (que ficou submersa no momento em que a represa se encheu). Esse local formou uma verdadeira “prainha” muito frequentada por pescadores e pela população que, aos finais de semana, se instala no local para se refrescar, colocar suas embarcações na água e curtir a natureza. Nesse local há uma lixeira próxima à margem; infelizmente, parece que as pessoas não a enxergam, pois quase nunca é utilizada. Fomos informados que o caminhão da coleta de lixo passava por ali, então decidimos que aquele seria o destino dos sacos de lixo.

Durante os dias que antecederam o evento, o Almir entrou em contato com algumas empresas da mídia, para, possivelmente, divulgarem o que realizaríamos. Enquanto isso, o Alexandre correu atrás de alguns amigos para obter patrocínio. O jornal Mogi News entrou em contato com o Almir por meio da jornalista Jamile Santana. Agradecemos profundamente pelas duas chamadas anunciando o evento e pela matéria (com chamada de capa) no dia seguinte à realização do mesmo.

O Junior, também conhecido como “Cabelo”, da Save Car, patrocinou os custos do evento. Deixamos um agradecimento especial por esse apoio, pois há uma série de custos operacionais e materiais envolvidos em um evento desse porte.

No dia do evento, logo pela manhã, tempo nublado, garoa e chuva. O jornal Mogi News, posteriormente, viria a destacar o fato de termos levado a empreitada adiante mesmo com o mau tempo. Assim, chegaram ao local Alexandre, Almir, Eduardo Jr. e Marco. Os quatro iniciaram o trabalho recolhendo o lixo que havia nas margens, na parte seca, antes de jogar os caiaques na água.

É impressionante como atitudes valem mais do que palavras: de alguma maneira, tudo o que você faz de certa forma toca o outro. Durante essa coleta, mesmo debaixo de chuva, havia um grupo de jovens pescando. De repente um deles começou a recolher algumas coisas que estavam em seu entorno, até que ele se dirigiu à nós dizendo: “Nós juntamos algumas coisas, mas não é lixo nosso”. Que legal! Maravilha! Percebemos que não estávamos sozinhos na empreitada!

Nas margens, é impressionante a quantidade e diversidade de coisas que encontramos. Imaginávamos encontrar latas, garrafas e embalagens, mas não esperávamos encontrar fraldas, absorventes, camisinhas e até lixo eletrônico. Ainda bem que todos estavam equipados com luvas e até um varão para espetar o lixo, evitando o contato direto com os objetos recolhidos. Durante conversa com pessoas do local e alguns comerciantes que vendem alimentos e bebidas ali, soubemos que dias antes um caminhão despejou no local os restos de uma grande quantidade de papéis (documentos) que foram incinerados. Os componentes eletrônicos que recolhemos possivelmente eram parte desse lote descartado, pois estavam parcialmente queimados, exatamente no local onde havia vestígios de uma grande fogueira. Nós sempre conseguimos imaginar um monte de situações para “usufruir” de um local como aquele, mas nunca imaginamos que ali poderia ser realizada uma verdadeira “queima de arquivo”. E nós pensando apenas na poluição dos frequentadores! Ledo engano…

Pouco antes de entrarmos na água, chega a Jamile com a equipe do Mogi News, para conferir se o evento realmente aconteceria, apesar do tempo ruim. A resposta é: “claro que sim! Quando nos dispomos a algo, seja com chuva ou sol, nós realizamos”! Após o recolhimento nas margens, vamos para a água. Alguns usaram o bagageiro e os espaços disponíveis entre as pernas para acumular o lixo, outros preferiram rebocar um caiaque, tornando-o uma verdadeira caçamba, assemelhando-se a uma “carreta de lixo flutuante”.

A chuva aperta, e o Almir parte para providenciar comida ao grupo. Acabou encontrando no restaurante do Trevo o Fernando e sua filha, que estavam com dificuldades de encontrar o local. Enquanto isso, chegaram o Robsom (que trabalhou na mesma manhã), o Emerson e o Michel (que não entrou na água porque estava doente). Instantes depois, o Almir retorna com a comida, acompanhado do Fernando e sua filha, fechando o grupo de nove pessoas envolvidas na atividade.

Agora sim, com oito remadores juntos na água, mais coisas surpreenderam o grupo. Encontramos um enorme tapete em uma das margens, e até um volante de automóvel. É impressionante a quantidade de lixo que se enrosca nos matos que crescem nas margens. Após várias “viagens” carregando lixo e levando a “carga” para a margem, a tarde chega, a pilha de lixo já está enorme, e é hora de ensacar tudo. Foram mais de 15 sacos de lixo de 100 litros recolhidos!

Curiosamente, houve quem, durante o evento, se “incomodou” com o que fazíamos, pensando que daquela maneira estávamos “expondo” os locais, principalmente os comerciantes que tiram dali o seu sustento. Mas é interessante notar que, durante a nossa coleta, havia um comerciante consciente que não só apoiou a iniciativa, como dispunha de cesto de lixo, varria seu espaço e recolhia seus dejetos. Diante de críticas destrutivas e construtivas, saímos sempre com a mesma ideia na cabeça. Como diz um ditado antigo: “quem não deve, não teme”. O pensamento e o ato de colaborar, ou contribuir para a conscientização das pessoas (como aconteceu), sempre serão postos em prática, desta maneira, ou de outra…

Mais uma vez, um agradecimento especial aos remadores presentes e dispostos, ao Mogi News pela divulgação, à Save Car pelo patrocínio e à todos que, de uma maneira ou outra, contribuem e apóiam as nossas iniciativas. Conforme registrado no texto que descreve a RA Canoagem, aqui todos participam como podem, e desta forma crescemos dia após dia e nos orgulhamos disso… Quem sabe, você, em breve, não fará parte desta equipe?

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