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Expedições

11 remadores em 20 km

Mongaguá, SP – Rio Bichoró

Na expedição de exploração do local, Alexandre e Rodrigo Pontaltti remaram mais de 45 km desde a Aldeia Aguapeú até a foz do rio em Itanhaém. O encanto foi tanto que, no mês seguinte, os dois resolveram realizar ali a confraternização da RA Canoagem do ano de 2009. Unidos ao Michel, Robsom e Rodrigo Rudiger, eles percorreram um trecho menor: apenas os 20 km iniciais. Esse mesmo trecho foi percorrido novamente cerca de um ano e meio depois daquela confraternização, quando o Alexandre e o Rodrigo levaram o Rodrigo Zumbi para conhecer o local. Quase mais dois anos se passaram até que, em Janeiro deste ano, o Rodrigo Rudiger voltou para lá com o Alexandre.

Os membros da RA Canoagem que ainda não conheciam o rio Bichoró ouviam muitas histórias sobre ele: sua extensão, seu estreitamento, suas curvas fechadas (exigindo força nas manobras), e também a vegetação ao redor que, muitas vezes, toma conta do rio e dificulta a localização dos caminhos corretos para descê-lo. Além disso, é necessário um motorista de apoio, que possa deixar os remadores no ponto de partida, e depois vá buscá-los no ponto final da expedição. Devido a essas situações, e até à distância de nossas bases, expedições no rio Bichoró se tornam eventos que demandam bom planejamento e organização. Por isso, apesar de seus encantos, este local só foi visitado quatro vezes nos últimos quatro anos.

O Almir e o Marcelo já estavam se preparando há algum tempo para conhecer o rio Bichoró. Ambos já haviam sido alertados sobre as situações que envolveriam uma expedição naquele rio. Nas conversas entre os amigos e familiares, surgiram novas pessoas interessadas na expedição. A RA Canoagem sempre está aberta a novos membros e participantes. Frequentemente, participam dos passeios mais pessoas do que o inicialmente planejado. O que ninguém imaginava é que o grupo atingiria o número de 11 remadores (entre novatos e experientes), fazendo-se necessário o uso de quase toda a frota da RA Canoagem. Partindo de vários lugares, alguns se encontraram pelo meio do caminho, enquanto outros se uniram ao grupo próximo ao local da partida. Desta forma, por volta das 10h30m, estavam às margens do rio: Adriano, Alexandre, Almir, Guilherme, Janio, Luiz Carlos, Marcelo, Maria Helena, Robsom, Tania e Thais. Grupo reunido, e um bate-papo rápido sobre o que esperava os remadores: percurso, tempo, possíveis paradas, a necessidade de descanso e como o mesmo seria providenciado.

Havia remadores mais e menos experientes, alguns com mais facilidade, outros com pouca intimidade com o caiaque. E o que todos sabiam: ninguém ficaria na mão! Como sempre, nos passeios da RA Canoagem, cada um está para ajudar o outro, e cada um contribui como pode e com o que sabe: esse é o nosso lema! Depois de um tempo para todos se ajustarem aos respectivos equipamentos, a remada flui. Entre o bate-papo descontraído, as piadas, a contemplação da paisagem local e os muitos registros fotográficos, passam-se aproximadamente 2h30m até que o grupo alcance o primeiro ponto de parada: uma margem bem próxima à estrada. Nesse primeiro trecho, houve oportunidade até para o Almir sacar um facão. Calma… O instrumento foi necessário apenas para abrir os cocos gelados que foram levados! Quem poderia imaginar hidratando-se naquela remada com coco gelado? E pelas habilidades demonstradas, houve quem sugerisse ao Almir abrir sua própria barraca de coco…

Pouco antes da primeira parada, houve um momento de tensão: as águas do rio conduziram a um ponto fechado pelo mato. Houve até tentativas de seguir adiante para, possivelmente, encontrar algum espaço limpo à frente, de onde pudéssemos seguir a trajetória. Mas não foi possível. Voltar era a única alternativa. Ainda bem que tudo não passou de um susto, pois os remadores, descontraídos e distraídos, não notaram haver um “bracinho” de água que se desviava da rota principal. Esse acesso passou despercebido uns 100 metros atrás de onde o grupo empacou. Era por ali o caminho correto, e agora tudo estava bem de novo. Voltamos até lá e seguimos adiante. Mais algumas remadas e a galera estaciona na margem próxima à estrada.

Nessa parada, finalizando o primeiro trecho, todos saem do caiaque para alongar-se, esticar as costas, procurar um local para higiene (moita vira banheiro nessa hora…) e lanchar. Houve quem resolveu deitar, mas tudo isso faz parte. O importante era recarregar as energias e se preparar para a segunda etapa: mais 2 horas e meia em mais 10 km. Ainda bem que nesse trecho a correnteza é muito mais rápida…

No segundo trecho de descida, alguns forçaram mais o braço, e outros que relaxaram um pouco mais. Aliando isso às águas mais rápidas desse trecho do rio, inicia-se uma leve dispersão, e os remadores se dividem em subgrupos. O importante é que ninguém ficou sozinho e os que precisaram de ajuda receberam o auxílio necessário. Houve até quem deitou no caiaque e relaxou enquanto era rebocado, aproveitando para fotografar. Tudo isso faz parte do passeio. O importante é que todos cumpram com a meta: chegar remando ao final da trajetória.

Algo estava demorando a acontecer: cair na água! Em trechos de água cristalina, debaixo daquele sol, impossível não parar para um mergulho. Como já dito em outros relatos, é impressionante como um banho gelado no rio revigora a alma. Houve quem não se voluntariou a mergulhar, mas, posteriormente, foi “involuntariamente convidado” para dentro d’água! Calma, ninguém obrigou ninguém a mergulhar: é que, em determinado momento, dois remadores não conseguiram desviar de um galho tombado, e na tentativa de não esbarrar o corpo, se desequilibraram e tomaram um banho forçado e gelado! Aos poucos, a canseira vai tomando conta dos iniciantes, e ajudados pelos mais experientes, todos cumprem com louvor a travessia dos 20 km…

Os churrasqueiros de plantão, como o Adriano e o Marcelo, estranharam a presença de carvão entre os bagageiros dos caiaques. Afinal, o combinado era que cada um levasse um lanche leve para a travessia. Havia a “oculta” intenção de um “churrasquinho surpresa” na parada do meio-dia, mas tudo dependeria do tempo. Devido aos contratempos do primeiro período, foi decidido abortar o churrasco, ou melhor: adiá-lo. E foi a melhor ideia que o grupo teve naquele dia. Pois ao final da trajetória, próximo à ponte, encontramos uma lanchonete que conta com banheiro, churrasqueira, mesas, petiscos e bebidas. Essa estrutura, aliada à hospitalidade e generosidade do Sr. Arnaldo, proporcionou conforto aos remadores que já estavam à quase seis horas no rio. Enquanto uns preparavam a mesa com carnes e bebidas, alguns se arrumavam, e outros organizavam os equipamentos. Nessa mescla de atividades, o grupo vai se fartando, descansando e se preparando para a volta.

Anoitece, e ainda às margens do rio, o destaque é para um céu estrelado e uma lua maravilhosa. Naquele dia, houve um alinhamento astrológico. Por trás da lua, bem ao seu lado, foi possível avistar o planeta Vênus. Evento raro! Pena que nossas máquinas não conseguiram captar aquele espetáculo, mas assim como acontece em outras situações, belas imagens ficam pra sempre na mente e no coração… E assim como em outras expedições, voltamos para casa, preenchidos de bons momentos nas lembranças, e ansiando por quando será o próximo passeio.

Outro destaque: agradecimento ao Hiroshi, um amigo do Robsom, que foi o motorista de apoio do grupo nesse evento. Ele não remou, mas foi essencial para a sua realização! Agora estamos devendo um passeio a ele. Esperamos que, no próximo, ele esteja nos caiaques, e talvez você também… Fale conosco… Seja sempre bem-vindo!

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