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Expedições

Mais amigos no aquário, com direito a churrasco

Bertioga, SP – Rio Jaguareguava

Quase um mês depois da última visita ao Jaguareguava, a RA Canoagem retorna ao “aquário”. Desta vez, a galera já sabia da estrutura do local e do tempo destinado à remada, incluindo os possíveis pontos de mergulho. Isso possibilitou uma melhor organização, e assim foi providenciado, além do passeio de caiaque, um churrasco para os remadores, a ser realizado após a travessia.
De São Paulo, partiram em um veículo Almir e Janio, acompanhado da esposa Andreia e da filha Ana, de apenas 2 anos (foi a terceira neném levada para lá em 2 meses). Adriano, acompanhado do amigo Marçal e do Guilherme (filho do Marcelo), partiu em outro carro. Alexandre, com o reboque carregando os caiaques, partiu de Mogi das Cruzes. Em Bertioga, esses sete integrantes se uniriam ao Eduardo e a esposa Ana, ambos amigos do Adriano, que assim como o Marçal, passeariam com a RA Canoagem pela primeira vez.
O encontro foi marcado em uma marina à beira do rio Itapanhaú, e de lá a galera partiria nos caiaques. Após a reunião de todos, um café foi servido, para nutrir e energizar o pessoal antes da “subida” do rio. Após algumas rápidas instruções para os novatos, e a orientação sobre a trajetória realizada, todos para água: hora de remar! Dessa vez, o Almir resolveu ficar em terra, e como excelente anfitrião que ele é, se prontificou a ficar preparando o churrasco, de modo que os remadores chegassem de volta e já encontrassem a comida à mesa.
Na subida, assim como em outras vezes, o refluxo e os redemoinhos provocados pela união dos rios Jaguareguava e Itapanhaú exigiram força e determinação dos iniciantes. Mas essa pequena “adversidade” já era prevista, e com paciência e força de vontade, todo mundo supera esta etapa, como sempre. Na saída do rio Itapanhaú, como acontece em várias vezes por ali, a descida da maré fez com que o Janio encalhasse com a família. Ainda bem que o Adriano estava por perto e acabou descendo na lama para empurrar os amigos.
Enquanto o grupo batalhava para vencer esse trecho “mais agitado”, o Marçal ia contando das suas experiências com mergulho, e do quanto é encantado pelas belezas que a mãe natureza nos apresenta. Mais adiante, saindo do rio Itapanhaú, adentrando o rio Jaguareguava, ele provou que realmente tem bons olhos, pois conseguiu avistar, por mais improvável que fosse, um pequeno e camuflado ser à margem do rio: um cágado! É incrível que alguém conseguisse notá-lo, pois em meio às folhagens e galhos, aquele animalzinho mais parecia uma pedra. Só não acreditamos que realmente o fosse devido ao seu formato, pois pedras dificilmente são tão simétricas quanto o casco do bichinho. Estávamos longe quando a criatura foi avistada, cerca de uns 50 metros, então resolvemos aproximar-nos furtivamente, para conseguir, ao menos, uma foto que registrasse aquele “habitante”. Para nossa alegria, conseguimos chegar bem perto, ele se encolheu para dentro do casco e permitiu que o agarrássemos, e desta forma conseguimos registrar diversas imagens. No início, certa cautela para pegá-lo, pois sabemos que esta espécie possui unhas afiadíssimas e que poderiam nos causar danos em uma tentativa de fuga. Já com o animal nas mãos, veio certa tristeza, ao perceber o porquê conseguimos pegá-lo: ele estava machucado, praticamente cego, além de apresentar a boca extremamente machucada. Talvez essas lesões o tenham deixado com dificuldade de procurar alimento, e desta maneira se sentisse fraco, pois em outras experiências com cágados, notamos que eles são animais fortes e ágeis, daí a preocupação inicial em sermos arranhados “acidentalmente”. Após algumas fotos e muita especulação (chegamos até a cogitar que era uma espécie “sem olhos”), acabamos nos convencendo de que ele estava realmente machucado. Não nos restou alternativa: deixamos o animal exatamente na posição em que o encontramos, torcendo para que ele tenha um futuro melhor e consiga, de alguma maneira, sobreviver…
Pouco após a passagem pela antiga ponte ferroviária, a galera não aguentou, e precisou dar um mergulho na primeira “prainha” que encontraram. Mas, sem muitas delongas, voltamos a subir, pois ainda havia muito para apreciar! Nesta primeira paradinha, a galera aproveita para fazer uma pequena troca de equipamentos, e nessa o Janio, que estava com a família em um caiaque duplo, voltou para o seu tão amado Pinguim Fishing. Confiram na foto a alegria dele ao assumir este caiaque que é, indiscutivelmente, devido ao enorme encosto, muito mais confortável do que os outros. Até hoje, ele realizou todas as expedições naquele equipamento, e já estava com saudades do mesmo…
Ainda na subida, outra rápida paradinha para que a Aninha se jogasse no caiaque do pai, o Janio. Parece que lá ela ficou mais à vontade, pois a mãe estava morrendo de medo da pequena se “jogando” na água. Já com o pai, remador mais experiente, ela ficou bem mais à vontade, e realizou grande parte da travessia deitada, com as mãozinhas na água, brincando graciosamente.
Chegando ao ponto alto, onde um afluente maior “engrossa” as águas do rio Jaguareguava, nova parada para fotos e esticar as pernas. E enquanto isso… lá vai um caiaque embora! Devido às fortes chuvas dos dias anteriores, a correnteza estava muito forte, e enquanto a galera confraternizava e registrava os momentos, um caiaque foi descendo e descendo… Sorte que isto foi notado a tempo, e o Eduardo saiu correndo para resgatá-lo… Em águas rasas é assim: não nadamos, corremos!
Nesse mesmo ponto alto, de confluência de dois rios, a galera realiza um piquenique com direito a lanches e frutas, e desta forma todos repõem as energias. Hora de descer o caminho de volta, desta vez fazendo apenas uma pequena parada em um dos poços mais fundos, visando um mergulho e a contemplação da paisagem submersa. Pena que desta vez a forte enxurrada tornou a turvar as águas, dificultando assim uma melhor observação. As águas geladas, aliadas a pouca visibilidade, tornaram este momento bem breve. Mas já deu para os novos visitantes terem uma ideia do que é o Jaguareguava.
Após a brincadeira, recolhemos os equipamentos e começamos a descida! Força nos braços para alcançar o Janio e a família. Eles resolveram descer na frente, visto que havia 4 km de retorno, e como eles não estavam a fim de nadar, preferiram adiantar o caminho da volta.
Assim que o grupo se reencontra, ainda antes de chegar ao rio Itapanhaú, uma surpresa: a pequena Ana estava dormindo! Um bom sinal: provavelmente ela estava tão à vontade e relaxada que se permitiu uma soneca a bordo! Nem mesmo a chuva do fim de tarde acordou a pequena.
Ponte à vista! Estamos chegando! Nessa hora, parece que as últimas forças do Guilherme estão se esvaindo. Alguns se adiantam e o pequeno fica para trás, acompanhado pelo Adriano, que tornou-se seu “tutor”. A cada parada do pequeno, uma ameaça do Alexandre em rebocar o menino. Mas como ele tem brios, a cada vez que ouvia uma ameaça, ele enfiava furiosamente o remo na água. Alguém precisava dar uma força ao garoto, não é mesmo? Neste caso, a força precisava ser “psicológica”. Parabéns ao Guilherme! Com nove anos remando 9 km? Não é para qualquer um! Tiramos o chapéu para ele!
Ainda nas águas do Itapanhaú, já era possível sentir o cheiro do churrasco que o Almir preparava. Seria o cheiro ou a fome desesperadora que alucinava? O que quer que fosse naquele momento, o importante é que o churrasco foi maravilhosamente preparado. Como sempre, o Almir manda bem nessa parte. Um banho, a comida, a confraternização e… está na hora de partir… Mais uma! Das muitas que virão por aí… Obrigado aos novos amigos que se uniram a nós, e obrigado aos antigos que estão sempre conosco…
Quem sabe você não se une a nós no próximo passeio? Está feito o convite! Seja bem-vindo!

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