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Expedições

23ª Romaria Fluvial (45 km)

Tremembé, Pindamonhangaba e Aparecida, SP

Os preparativos começaram aproximadamente dois meses antes, em uma viagem do Alexandre e Dona Sonia com destino à Aparecida, no interior do estado de São Paulo. Nessa viagem (29/04/2012), em meio à conversa descontraída, os três perderam-se no caminho e acabaram parando em Tremembé. Ao estacionar em um posto de gasolina para pedir informações sobre o caminho, se deparam com um cartaz informando sobre uma romaria fluvial que aconteceria dia 08/07/2012. Ali o passado começou a vir à tona…

Era um sonho antigo de família chegar até Aparecida de barco. A ideia inicial: Sr. Eduardo Nelson Alves, junto de seus filhos Eduardo, Alexandre e Gustavo, descerem o rio Paraíba do Sul, remando até Aparecida a bordo de um barco de alumínio que usavam na chácara Cio da Terra, em Biritiba Mirim – SP. Devido às dificuldades de logística que uma expedição desse tipo exigia, esse sonho acabou sendo protelado. Até que, em novembro de 2005, Alexandre e Rodrigo Rudiger retomaram o projeto, mas desta vez usando um caiaque duplo, com o apoio do Sr. Eduardo e Dona Sonia na equipe de terra.

Essas memórias e sonhos fervilharam ao saber do evento que estava prestes a acontecer, pois assim a expedição sonhada pela família se tornaria parte de algo muito maior: uma Romaria!
A ideia de levar a RA para participar começou então a ser trabalhada. Muitas coisas precisavam ser preparadas: mapeamento do rio e sua trajetória, levantamento dos interessados em participar, organização de seus equipamentos, conserto do barco (sim: aquele do sonho inicial) para que fornecesse suporte ao grupo e uma visita antecipada a Tremembé, visando conhecer pontos de acesso e localizar hospedaria para a véspera do evento. Tudo isso para que a expedição se realizasse com sucesso.

Para levar um grupo grande, no qual nem todos tinham a mesma preparação física, era essencial a presença do barco de apoio, e nisso a participação do Almir foi decisiva antes de convidar os demais integrantes. Ele se prontificou a ceder seu motor e pilotar o barco com todo o equipamento e alimentação do grupo. Desta forma, a única preocupação dos canoístas seria remar, pois até o registro de algumas imagens poderia ficar na incumbência do amigo motorizado.

Entre canoístas e grupo de apoio, partiram de Mogi das Cruzes – SP, no início da noite de 07 de julho de 2012, três carros levando: Alexandre, Almir, Eduardo Junior, Emerson, Dona Jane, Dona Lina, Marcelo, Michel, Robsom, Dona Sonia, Tatiane e Yago. Debaixo de chuva, o grupo chega a Tremembé, e após a rápida instalação no hotel (tudo acertado uma semana antes), um jantar descontraído para que todos se preparassem para a maratona do dia seguinte.

Um pouco de ansiedade (previsível) e poucas horas de sono. Depois de um rápido café da manhã, todos rumam ao rio Paraíba do Sul. Na chegada, um imprevisto: muita lama! O que dificultou levar os equipamentos até a água, pois o carro precisou ficar bem afastado da margem. Era tanta lama que encontramos até caminhões atolados pelo caminho. Isso atrasou o embarque de todos os romeiros e a partida de Tremembé. Eram diversos tipos de embarcações, desde canoas de pescadores até barcos motorizados. Por isso a galera da RA, que estava apenas de caiaques, teve que fazer sua própria romaria, pois seria impossível acompanhar o mesmo ritmo das embarcações maiores.

Logo no início da remada, a chuva e o vento congelaram o grupo, o que desanimou alguns membros, que chegaram até a pensar em desistir. Mas todos sabiam que a única alternativa, além de remar 45 km, era amarrar seu caiaque no barco a motor e ser rebocado até Aparecida. Ainda bem que este foi apenas um pensamento inicial, que logo ficou pra trás, pois a chuva parou e o grupo foi abençoado com um belo e seco dia nublado (para uma remada longa, o sol seria mais uma barreira a vencer).

No primeiro trecho percorrido, as águas desciam rapidamente, com fortes redemoinhos e corredeiras. O grupo se animou ao avistar a ponte da ferrovia, que liga Pindamonhangaba até Campos do Jordão. Pouco tempo de remada havia se passado, e essa ponte indicava que a cidade de Pindamonhangaba estava próxima. Lá, depois de aproximadamente 13 km de remada, o grupo realizou a primeira parada para um lanche descontraído e esticar pernas e braços.

E o grupo segue para mais uma longa jornada. Várias referências religiosas foram encontradas à beira do rio, entre eles Crucifixos, Pombas da Paz (simbolizando o Espírito Santo) e imagens de Aparecida. Após mais alguns quilômetros, alguns membros começam a demonstrar os primeiros sinais de fadiga, diminuindo o ritmo e ficando pra trás. Não sobra outra opção, como já era de se esperar: aqueles que estivessem cansados deveriam amarrar os caiaques no barco. No início, não deu muito certo: nessa tentativa de reboque, devido às ondulações geradas pelo motor do barco, o rebocado “Michel” acabou virando, o que virou motivo de piadas durante o dia inteiro. Mais à frente, outra ideia de reboque mostrou-se mais eficiente: bastava encostar o caiaque ao lado do barco e segurar em sua borda com a mão.

Mais uma pausa para lanchar e alongar. Na sequência, uma troca imprevista: Membros da equipe de apoio, que a princípio não pensavam em remar, decidiram cair na água, e nessa quem agradeceu foi o Michel, que pôde ficar descansando no barco motorizado. E ainda bem que ele descansou, pois faltando poucos quilômetros para a chegada, surge um problema: o motor parou. Não havia outra opção que não fosse remar o barco carregado até a chegada. Coitado do Almir e do Michel, que, no barco de apoio, ficaram muito para trás. Os caiaqueiros pensavam que eles estavam curtindo a paisagem e seguiram adiante, e só na chegada ficaram sabendo do problema real! Ainda bem que faltava pouco…

Bom, imprevistos como esses sempre estão aí e fazem parte de nossas jornadas. Como diz o ditado, “quem está na chuva é pra se molhar”, e isso essa galera adora fazer, seja em represas, rios ou mar. É dessa maneira que juntam muitas histórias para contar.

Na chegada ao Porto Itaguaçu, local onde os pescadores encontraram a imagem da santa em 1717, reunião descontraída com Dona Sonia e Dona Jane, Dona Lina, Tatiana e Yago, a equipe de apoio e os demais familiares que aguardavam ansiosos pela chegada da galera.

Mas ainda havia muito para fazer. Só havia uma motorista na equipe de apoio e dessa forma só um carro aguardava no porto. Nova viagem se inicia, na qual três remadores com habilitação para dirigir voltam para o local de partida da expedição. Lá, em um sítio, estavam os outros dois carros da viagem e a carreta. De Tremembé, voltam os três carros e a carreta, para buscarem o pessoal e os equipamentos que estavam no porto.

Esse vai e vem cansativo é essencial em uma expedição deste tipo, e aqui a RA deixa um agradecimento especial à Dona Sonia e Dona Jane, pois a descida de um rio só é possível se houver uma estrutura de retorno bem organizada. Assim, cansados, felizes, e agradecidos pela benção de uma expedição e romaria bem sucedida, a galera volta pra casa, ansiosa pela próxima aventura…

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