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Expedições

Exploração do Alto Itapanhaú

Bertioga, SP – Rio Itapanhaú

O rio Itapanhaú já havia sido desbravado pela equipe da RA Canoagem muito tempo atrás. Do ponto onde foi iniciada a primeira longa expedição em Bertioga 21/12/2008, observamos uma forte correnteza rio acima, águas cristalinas e uma Mata Atlântica praticamente intocada. A curiosidade sobre esse cenário gerou um forte desejo de conhecer a parte mais alta do rio Itapanhaú.

Chegou enfim o dia de conhecer esse trecho, que é um dos mais belos já percorridos pela galera da RA. No dia 22 de setembro de 2012, partiram Alexandre, Almir e Eduardo Jr em direção ao rio Itapanhaú. O grupo tinha ideias sobre a trajetória que seria realizada, mas a única certeza mesmo era o caminho rio abaixo, que já fora percorrido duas vezes, em seu trecho de 36 quilômetros até a praia.

Os três integrantes da equipe, movidos por um forte espírito bandeirante adoram conhecer lugares novos e inexplorados, decidiram percorrer a trilha que margeia o rio em direção à sua cabeceira. A estrada é muito esburacada e lamacenta, o que deve desanimar muitos no meio do caminho. Além da estrada, foi necessário procurar um ponto de acesso ao rio, e como em qualquer passeio exploratório, caminhadas pelas trilhas na mata fechada carregando muita carga. Obstáculos que nem de longe atrapalham esses três.

O local escolhido para o acesso não poderia ser melhor: uma funda piscina natural em meio à mata fechada, onde imensas rochas saltam do fundo do rio, assemelhando-se a verdadeiros icebergs de pedra. Nesse trecho, devido à presença dessas grandes rochas, o rio diminui a velocidade de suas águas, oferecendo um local perfeito para um mergulho tranquilo e refrescante.

Depois de contemplar e registrar flores orquídeas, helicônias e outras, frutos amoras e jacas, ninhos de aves e a fauna local, o Almir tentou ainda uma pescaria, antes que o grupo iniciasse a descida. A linha foi lançada diversas vezes durante a trajetória, mas aquele era realmente o dia do peixe: nem sinal de um pescado. Muitas paradas para observar, conversar, comer e, principalmente, registrar o que o grupo contemplava.

Em algumas dessas paradas, “praias” se formavam nas curvas do rio, e nelas, vestígios da presença recente de animais. Entre esses vestígios, pegadas de felinos e roedores e fezes de animais. Percebemos também parte da vegetação “roída”, o que levou o grupo a concluir que não apenas pequenos animais frequentam essas águas e suas margens. No meio da trajetória, até um barco de médio porte foi encontrado naufragado.

Durante a descida, chamou a atenção um Quero-quero cuidando de seu ninho. Devido ao que se ouve falar da agressividade dessa ave quando protege o seu ninho, o grupo passou à distância, reservando-se a tirar poucas fotos, evitando assim causar qualquer “tumulto”.

Após quase duas horas de descida, o grupo atingiu a cachoeira onde está uma base de captação de água que abastece a Riviera de São Lourenço. Após uma pausa para esticar as pernas, tirar fotos e alongar os músculos, todos de volta aos seus caiaques. Agora não há alternativa: o grupo precisa remar contra a corrente, e assim chegar ao carro deixado quase cinco quilômetros rio acima. Em explorações, esse tipo de situação é inerente ao passeio.

Na subida, em trechos onde o rio se estreitava, a corrente estava tão forte que foi necessário sair do caiaque e empurrá-lo. Nessa viagem de volta, o grupo encontra um velho conhecido: aquele mesmo Quero-quero em seu ninho. Contrariando o que todos dizem, a ave permitiu uma boa aproximação. É claro que foi necessário chegar sorrateiro eis a vantagem do caiaque, que é uma embarcação silenciosa.

Alexandre abaixou-se, e rastejando agachado, conseguiu posicionar a máquina fotográfica a menos de um metro do ninho, registrando imagens inéditas para o grupo.

Após duas horas, o grupo enfim chega à “piscina” onde tudo começou. Descontração, alegria e sensação de vitória, em mais um passeio de exploração bem sucedido. Na volta para casa, uma parada para um almoço na estrada, e nas conversas um ponto era unânime: “precisamos levar nossos amigos para lá”!

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