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Expedições

Remando… E divagando sobre a seca…

Juquitiba, SP – Represa do rio Juquiá

A seca está aí! Não podemos deixar de encarar essa situação… Em uma semana, o cenário ficou drasticamente pior…

A RA Canoagem tornou a visitar a represa do rio Juquiá uma semana após o passeio exploratório no local. Desta vez os amigos Alexandre e Almir trouxeram as amigas Maria Helena e Tania, e também o Paulo (filho do Almir). Assim que chegaram às margens, o que mais impressionou o grupo foi o quanto o nível da represa baixou. Nesta época de estiagem, muito se fala sobre a crise do Cantareira, um dos principais sistemas de abastecimento da Grande São Paulo, que vem secando velozmente desde 2014. Infelizmente, não se observa que essa crise sobre os recursos naturais está acontecendo em diversos lugares, como constatamos pessoalmente nessa nova visita a Juquitiba. Isso sem falar de outros reservatórios que algumas pessoas não se deram conta, como acontece com um dos principais rios do Brasil, o São Francisco, que está com a nascente seca!

E por falar em seca, em nossas expedições por aí, tivemos o privilégio de conhecer Arica, no Chile, um local onde praticamente não chove o ano inteiro, e onde alguns rios literalmente secam durante o período sem chuvas. Lá, os agricultores compram a água em cotas, e o armazenamento em tanques é feito para que haja o mínimo de perda possível. Mesmo com toda essa escassez de água, alguns alimentos produzidos pelos agricultores, como é o caso do tomate, são enviados para o país todo, inclusive para a Patagônia, região do extremo sul do Chile, que está a cerca de 4.000 km de Arica. É claro que para atingir tal proeza o desperdício deve ser o menor possível, e a irrigação é realizada praticamente a conta gotas. Talvez nós, envolvidos na abundância, precisemos aprender um pouquinho mais com aqueles que são sufocados pela escassez desse precioso recurso natural. Agora, deixando as divagações sobre a seca de lado, vamos ao que aconteceu uma semana depois do passeio exploratório em Juquitiba…

Ao avistar a represa, ficou nítido que o nível da água estava mais baixo do que o encontrado na semana anterior. Mas durante a remada a situação ficou ainda mais evidente. Na ida, enquanto remávamos tranquilamente, olho nos troncos e galhos! A isca artificial que ficara enroscada semana passada poderia estar visível, e assim recuperaríamos o prejuízo de outrora… Mas que nada! Tentativa em vão! E em vão também foi a tentativa de seguir o mesmo percurso da semana anterior, pois em determinado trecho por onde remamos não havia mais água, e assim foi necessária uma volta um pouco maior para atingirmos o objetivo: a cachoeira!

Na cachoeira, desta vez, fomos preparados. E um piquenique não poderia ser esquecido frente à frondosa queda d’água. Houve alguns corajosos que ensaiaram um mergulho, mas as gélidas águas obrigaram os nadadores a saírem rapidamente. Enquanto rolava uma conversa descontraída e as pessoas se alimentavam, nos deparamos com um grupo de rafting descendo aquela cachoeira. De onde nós estávamos, uma visão privilegiada da galera se divertindo nessa modalidade. Acenos, cumprimentos, e está na hora de partir, pois no recanto Flauta Doce um delicioso almoço esperava pelo grupo. Uma remada tranquila observando a paisagem e já estávamos de volta ao recanto: hora de guardar os equipamentos, tomar um banho e almoçar.

Comida caseira, amigos, boa conversa, e vai chegando a hora da partida… Mas antes um presente da mãe natureza: um grupo de esquilos extremamente dóceis aparece. Eles foram, com muita paciência, condicionados pelos proprietários do Recanto Flauta Doce a buscar alimentos em uma mureta muito próxima às mesas onde almoçávamos. De tão mansos que se tornaram, chegaram a pegar as sementes nas mãos das pessoas. Mais uma prova de que podemos coexistir pacificamente com outras espécies. Lembrando-nos que apenas “fazemos parte” desse planeta, ele não é nosso, e que se não nos conscientizarmos sobre a questão de consumo consciente (não apenas de água), estaremos pondo em risco a sobrevivência de nossa espécie e de outras. E não temos esse direito… Então vamos colaborar! Devemos mudar algumas práticas cotidianas, e o consumo consciente está entre uma das principais coisas que precisamos aplicar em nossas vidas. Pois caso não o façamos, estamos fadados à autoextinção. E isso não é uma previsão ou profecia apocalíptica: é a simples constatação dos fatos, e de que colheremos o que estamos semeando. Infelizmente, o resultado desse plantio pode ser uma das nossas últimas colheitas: a nossa própria morte…

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