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Expedições

Cresce a família RA: 20 pessoas no Mamanguá

Paraty, RJ – Saco do Mamanguá

Com a aquisição de novos equipamentos durante os anos 2012 e 2013, aumentaram as possibilidades para as pessoas que participam dos passeios organizados pela RA Canoagem. Há caiaques duplos e individuais, uns mais rápidos e outros mais estáveis, e essa diversidade permite-nos incluir crianças, adolescentes e/ou adultos nas remadas, sejam eles iniciantes ou praticantes. Deste modo não há restrições no passeio, qualquer um pode participar, basta querer. Até mesmo aquele que está mais interessado em curtir o visual, pode sentar-se na frente de um caiaque duplo, remando um “pouquinho”, enquanto um membro da equipe mais experiente dá uma forcinha “extra” no banco de trás.


A viagem
A expedição iniciou-se na sexta-feira (10). Pouco antes de meia noite, partiram de São Paulo três carros levando: Almir e o filho Paulo; Marcelo com a esposa Shirley e o filho Caio; Julio (irmão do Marcelo) e a esposa Cristiane, que também levou o irmão Fernando; e ainda o casal Rogério e Sumaia. Ao mesmo tempo, partiram de Mogi das Cruzes mais três carros: Alexandre, junto dos sobrinhos Giulia e Yago; Gustavo e o filho Igor no veículo cargueiro; e finalmente Paula (companheira do Gustavo), Dona Dulce (madrinha do Alexandre) e Dona Sonia, a mãe que acompanha nossa história de canoagem desde o primeiro caiaque de fibra na chácara Cio da Terra.


Como todos já sabiam, aquela viagem duraria uma noite inteira. As paradas para lanches, banheiro e esticadas de perna eram previstas. Enquanto o grupo de São Paulo utilizou o caminho das rodovias Ayrton Senna e Tamoios, o grupo de Mogi das Cruzes preferiu a estrada local (via Biritiba-Mirim e Salesópolis), que finaliza no alto da serra de Caraguatatuba. O que o grupo de São Paulo não previu era o trânsito excessivo, devido às obras na rodovia dos Tamoios. Para se ter uma ideia do trânsito lá enfrentado, o grupo de Mogi partiu mais tarde, usou a estrada mais lenta (teoricamente), ainda passou pela chácara Cio da Terra no meio do caminho (para buscar gelo), chegou a Ubatuba ao alvorecer, e lá teve que aguardar o grupo de São Paulo. Nessa espera, enquanto uns contemplavam na praia o nascer do sol (passageiros), outros dormiam um pouco nos carros (motoristas).


Os grupos se reúnem em Ubatuba, onde os carros são abastecidos e mais gelo é comprado. E vamos para Paraty-Mirim: um barco e um paraíso esperam por nós! Chegando lá, um belo lugar, o grupo anseia pelo descanso, mas ainda há muita coisa para ser embarcada…


O embarque
Em Paraty-Mirim não há píer ou cais, e por isso o Sr. Orlando precisa ancorar seu pesqueiro longe da margem. Para chegar do pesqueiro até a margem, ele dispõe de um pequeno bote a remo que carrega no máximo quatro pessoas. Pelo fato do bote ser bem mais baixo do que o pesqueiro é necessário uma “escalada” para pular de uma embarcação a outra. A aventura já começa aí. Entre adultos e crianças, somavam-se 20 pessoas, 11 caiaques e muita carga para os dois dias. Assim pode-se imaginar a quantidade de viagens que o botezinho teve de realizar para embarcar todas as pessoas e toda a carga. Ou melhor, nem todas as pessoas e nem toda a carga, pois alguns ficaram para fora do pesqueiro! Os caiaques foram divididos em duas fileiras que foram rebocadas e, devido às dificuldades de locomoção, a Dona Sonia não poderia subir ao barco pesqueiro. Todos já sabiam que devido a este motivo ela seria rebocada no bote menor, e é óbvio que os seus filhos Alexandre e Gustavo a acompanhariam. Desta forma partiu um barco lotado de pessoas, cargas e reboques até a praia do Cruzeiro.


No camping, um dia de remo
Na chegada ao camping o Sr. Orlando solta o reboque e os irmãos Alexandre e Gustavo remam com ele até a praia, enquanto o pescador se dirige a um cais mais afastado, para facilitar o desembarque das mulheres e crianças. Começa então um novo trabalho de “vai e vem” com o bote, a fim de descarregar todo o equipamento e carga trazidos. Barco descarregado, equipamentos reunidos e hora de controlar a ansiedade. Todos queriam montar acampamento e descansar um pouco, mas fomos informados de que um grupo que já estava no local partiria em algumas horas, e assim disponibilizariam bons lugares para armarmos as nossas nove barracas (na verdade dez, mas uma armada não foi utilizada).


Então deixamos a montagem do acampamento para mais tarde. Enquanto isso, beliscos, bebidas e muito protetor solar. Hora de ir para a água! O destino da remada: a casa do Crepúsculo! Perto do camping encontra-se uma mansão muito bela, onde foram gravadas as cenas da lua de mel entre Edward e Bella, personagens do filme homônimo. É claro que a galera queria conhecer o palco desse romance mais de perto.


Após a remada, muitas fotos e a privilegiada sensação de aproximar-se de um cenário hollywoodiano, o grupo retorna e almoça. Entre a refeição e o descanso, aquele grupo que estava acampado libera a área. Chega a hora de montarmos o nosso acampamento. Barracas montadas e uma galera ainda disposta a remar! Hora de seguir em direção às pedras e recifes, onde desta vez o objetivo é contemplar o cenário submerso. Ainda em terra, rápidas instruções sobre o uso das máscaras e óculos de mergulho e sobre a divisão dos grupos na chegada ao local.


Infelizmente, naquele dia, a visibilidade era muito pequena, e isso não permitiu uma boa visualização da paisagem subaquática. Mas parece que a maioria nem se preocupou, pois a água estava tão quente, que um banho descontraído foi inevitável. Alguns membros do grupo nunca tinham nadado em águas profundas, e foi ali um bom momento para adquirirem confiança no equipamento e experimentarem essa sensação. Houve gente que ficou tão entretida na brincadeira que abandonou o caiaque à deriva. Alguém precisaria rebocá-lo, e isso sobrou para o Almir, que ainda estava no caiaque, fotografando a curtição da galera. Após esse segundo passeio de caiaques, o primeiro dia chega ao fim, e a galera vai se acomodando, aguardando o jantar.


O jantar abasteceu o faminto grupo, e muitos não tiveram outra opção: descanso! Mas houve quem ainda guardasse energias para outras atividades: como aconteceu com o Gustavo e a criançada, que ainda realizaram uma caminhada à luz da lua, na caça de caranguejos e outros animais da região.


Segundo dia: a trilha
Após uma bela noite de sono, o grupo foi acordando aos poucos. Entre um café e outro, Alexandre e Rogério partiram para os recifes, na tentativa de visualizar alguma coisa naquela manhã. A visibilidade não era muito maior do que a do dia anterior, mas foi o suficiente para que os dois fizessem um passeio explorando áreas não visitadas na véspera. Após esse passeio da dupla, o grupo se prepara para a trilha em direção ao Pão de Açúcar. Garrafas de água carregadas (há grande desidratação na longa trajetória), máquinas nas mãos (impossível subir o morro sem fazer registros), chapéus que viraram leques nas paradas e vamos caminhar!


Várias paradas ocorreram durante a subida, e o grupo até se dispersou um pouco, o que era previsível. Até que, após muito sacrifício, todos chegam ao cume. Impossível encontrar palavras que descrevam a sensação de estar lá e a beleza da vista. Ficamos com o clichê que ouvimos de todos que descem de lá: “realmente vale a pena”. Nem todos realizaram a “escalada”. Enquanto o grupo subia, as crianças, acompanhadas do Gustavo, fizeram o passeio de caiaque até a casa do Crepúsculo. Alguém pensou que eles sairiam de lá sem se aproximar do famoso local?


Após caminhadas e remadas, é servido um farto almoço e em seguida alguns optam por um breve descanso, sabendo da viagem de volta, que seria longa… Enquanto uns descansavam, houve tempo para os irmãos Alexandre e Gustavo remarem com as crianças, a fim de brincar com as máscaras em um local mais raso e confortável para aquela faixa etária.


O retorno
Na hora da partida, um mutirão começa a desmontar as barracas, organizar os equipamentos e carregar o barco pesqueiro. As condições climáticas do momento do retorno não favoreciam o reboque de pessoas. Sendo assim, para acelerar o processo de volta, foi contratado outro barco, de menor porte, que conseguisse encostar-se à areia, para levar a Dona Sonia e o Gustavo até Paraty-Mirim.


Todos a bordo, motor ligado e vamos embora. Mas espere aí! O reboque enganchou-se em uma das boias de sinalização e estourou a corda. Caiaques à deriva! E na água pula o Alexandre de novo, a fim de amarrar os caiaques outra vez.


O Gustavo e a Dona Sonia chegaram a Paraty-Mirim um pouco antes, ela com as costas moídas, pois o insensível barqueiro correu tanto, que as pancadas na água judiaram da sua coluna. É a primeira e última vez com aquele indivíduo! Pouco depois chega o grupo no barco pesqueiro, e mais um mutirão para carregar os carros.


Hora de por o pé na estrada, para mais uma viagem de uma noite inteira. Durante o retorno, alguns imprevistos, como a quebra do engate de um dos carros, devido às péssimas condições da estrada local que leva da Rio-Santos até Paraty-Mirim. Ainda bem que há outros carros equipados para a tarefa. O grupo se separa, pois o carro “cargueiro” anda muito mais lento. E mais uma vez a opção Salesópolis/Biritiba-Mirim é a melhor alternativa, pois o “cargueiro” que ficou para trás optou por esse caminho e chegou antes do grupo que escolheu a rodovia dos Tamoios.


Distância, trânsito, más condições de estrada, cansaço e dificuldades de acesso e transporte não são coisas que nos impedem de visitar locais como Paraty-Mirim e o Saco do Mamanguá, que recebeu a RA Canoagem pela quinta vez. Já sabemos que belos locais, cenários paradisíacos e natureza intocada geralmente estão associados à dificuldade de acesso. As adversidades continuam fazendo parte da vida, mas a recompensa por superá-las é muito maior. O ano começou com uma grande aventura, com um grande grupo… E isso nos faz sair refletindo sobre o que ainda está por vir, pois o início foi maravilhoso… Quem sabe você não se une a nós na próxima aventura?

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